Se fosse um ano como os outros, hoje seria um dia normal.
No entanto, com tanta coisa a acontecer à minha volta, tantas mudanças, tantas conquistas e tantos finais, sinto-me tão perdido.
Paro um bocado e a minha mente anda à roda, sem parar, e eu fico confuso.
E essa confusão leva-me onde?
A ti.
Novamente.
Depois de achar que já não existias.
Tens um canto algures aqui dentro que não consigo destruir nem ignorar.
Consegues levar-me à loucura passado tanto tempo, e consegues apoderar-te dos meus pensamentos nos momentos mais inesperados, sem que eu tenha qualquer controlo.
Não concordo com esse teu poder, não devias conseguir ainda atingir-me.
Eu não devia estar com lágrimas presas nos olhos a pensar em tudo o que já foi, e em tudo o que podia ter ganho se tivesse conseguido largar-te, mas a verdade é que estou.
Ao fim de um ano e meio devia ser capaz de algo mais, mas não sou, e continuo a usar-te como desculpa e justificação a mim próprio para me impedir de viver.
Mas eu gosto de viver.
Importas-te de me deixar?
Custa assim tanto deixares?