domingo, 20 de maio de 2018

O Caos do Meu Mundo

Quais são os sintomas da loucura?

Não vou pesquisar no google, porque o resultado vai sair completamente ao lado de certeza, mas sinto que é isso que eu tenho.

Passou tanto tempo. Resolvi na minha cabeça as coisas tantas vezes. Fechei o assunto.

E, no entanto, ao fim deste tempo de descanso do assunto, decidiste entrar na minha cabeça inúmeras vezes este mês.

Eu não sei o que fazer, só me sinto sem controlo de todos os aspetos da minha vida, e controlo era aquilo que antes era o meu ponto forte.

Como conseguirei voltar ao que era?

Sinto-me perdido nas minhas próprias tretas, o mundo à minha volta parece estar a rodar desenfreadamente, o ruído do dia-a-dia é insuportável. E agora retornas, ao fim de tantas vezes já te ter renunciado.

Quero cortar essa linha que me prende a tanta coisa, quero voltar ao silêncio.

Quero voltar ao caos de antigamente, não a esta desordem sem sentido e contínua.

Tenho os ingredientes para estar bem, e, contudo, estou no meu pior estado desde que tenho memória.

Os meus amigos, a quem ajudei e ajudo com todo o gosto e sem esperar nada em troca a não ser amizade, ignoram-me quando realmente preciso.

Afinal com o que é que posso contar neste mundo?

Achei que um dia iria haver o outro lado da balança, mas cada vez o futuro parece pender mais para o lado sombrio.

Não sei mesmo o que fazer mais.

Vou-me deitar, voltar à rotina amanhã, nesta que é a semana em que entro no quarto de século desde que nasci.

Ler uns capítulos.

Meditar, fechar os olhos, alinhar-me com o que ainda estiver em equilíbrio aqui dentro.

Pode ser que surja alguma iluminação.

E que este desabafo faça sentido amanhã.

Ou que tenha valido a pena.

Boa noite.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A Minha Natureza

Não sei o que tem sido a causa, mas tenho a certeza que a Natureza tem estado por detrás de tudo.

Qual Natureza ao certo, eu também não sei, mas uma delas deve ser. A Mãe Natureza, gentil e implacável, ou talvez a Natureza Animal, governada pelos instintos e irracional, ou quiçá a própria Natureza Humana, consciente e persistentemente em sofrimento.

O que eu sei é que ela fez o seu trabalho mais eficiente: o de encontrar o meu ponto mais fraco, nos momentos em que menos esperava.

Tiros certeiros na barragem, naqueles pontos que se propagam em rachadelas ameaçantes, e que um dia se juntam umas com as outras e fazem a água transbordar e inundar todos os vales circundantes.

E de cada vez que a água transborda, o humano constrói a barragem um pouco mais abaixo, para tentar parar e aguentar um pouco mais, mas eventualmente a Natureza reclama o que é seu.

E é isso que eu sinto neste momento, e que senti nas últimas semanas (quiçá meses), sem me ter apercebido ao certo do que se tratava.

De cada vez que a barragem foi abaixo, menos material era usado na barragem seguinte.

Um bocado de mim é arrancado por mim mesmo, para tentar curar um pouco mais rápido a dor, mas isso deixa cada vez menos bocados por arrancar.

E para evitar isso, obrigo-me a parar de sentir, obrigo-me a ser vazio e gelado.

E eu estou farto de estar e ser assim.

Eu não era assim, eu era capaz de sentir algo mais além de vazio e raiva e mágoa.

Eu gostava de poder recuperar o controlo da vida que me foi dada, e que apenas irei ter em meu poder uma vez.

Sei que não posso deixar que a tua perda e a dor da Alma do passado tenham as rédeas sobre mim, mas eu já não sei o que fazer.

Estou deitado desde que cheguei a casa do trabalho, e só quero conseguir desligar e voltar ao que era.

Natureza, podemos fazer isso?

Eu quero, só não tenho energia.

Tu queres, mas também não a tens.

Natureza, deita-te comigo e vamos ficar a olhar para este ecrã os dois...

Pode ser que consigamos.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Obrigado pelo Amor

Não sei o que dizer ao certo...

Nestes dias sinto verdadeiramente que uma parte de mim me foi arrancada e me deixou completamente devastado.

A notícia de que não te vou ver mais, abraçar ou tocar foi algo que para não estava pronto para receber...

Sabia que ia acontecer eventualmente, mas achei que tínhamos tempo...

E agora nem me pude despedir de ti.

E na última vez que estivemos juntos, entraste no elevador enquanto eu olhava da porta de casa, e nem me apercebi que poderia nunca mais te encontrar.

Estou devastado por dentro, perdi uma fonte de amizade e amor incondicional da minha vida, que me acompanhou desde que me lembro.

Dei-te leite à boca enquanto eras bebé, vi-te a arrastar pelo chão por não teres força para te levantares, adorei ver-te sonhar no meu colo...

Vi-te crescer, e amei cada momento que passámos juntos, até nestes últimos anos em que estive longe, e em que quando ia até aí, tu já não me conseguias ver, por teres os olhos nublados...

Vou sofrer por uns tempos, continuar a deixar as lágrimas saírem ao fim do dia, mas fico feliz por saber que não sofreste e que simplesmente adormeceste na tua cama.

Obrigado por me teres ensinado o que é amar realmente.

Obrigado por me teres amado de volta sem questões.

Obrigado por me teres feito companhia todos estes anos.

Vou ter saudades tuas...