É tarde...
Preciso de dormir, amanhã é dia de trabalho...
Contudo, a minha mente não desliga. Não é possível que tal aconteça.
Nunca me senti tão perdido.
Uma lágrima corre-me pela cara, e eu não sei porquê.
Não a chamei, não a guardei para mais tarde, não lhe dei autorização para se soltar.
E, no entanto, ela aqui está. E tem amigas a querem segui-la, a pedir que a gravidade as liberte da prisão onde elas passam meses e anos à espera de um momento como agora.
Não faz sentido algum.
Sou assim tão egoísta? Ao ponto de querer receber e não poder dar de volta?
Magoa-me assim tanto saber o quão dispensável sou nas vidas com que me cruzo?
E ao mesmo tempo, quem as dispensa em primeiro lugar sou eu?
Mas que hipocrisia é esta?
Eu não sou assim. Nunca fui.
O mundo não roda à tua volta.
Quem é este desconhecido que habita dentro de mim?
De onde vieste? Quem te permitiu tomar o controlo do meu corpo e deixar-me neste canto a observar apenas?
Ao menos deixa-me desligar, dormir eternamente.
Não me faças assistir a este monstro em que me tornas.
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